segunda-feira, 30 de maio de 2016

Tropeço

Todo calcanhar tem seu Aquiles
Toda kryptonita, um Super Man
O leite corta
O ferro enferruja
O riacho seca
A chuva falta
A mão fica dormente
E dá vertigem no olhar
O pedreiro perde o prumo
E o muro sem rumo
Entorta, esmorece 
A faca  fica cega
De tanto cortar
O corte que separa um amor
Demora tanto a cicatrizar
Toda vida tem seu vigia
Todo olho um dia há de ser riacho
E eu me pergunto: “Como hei de ficar em pé nesse mundo sacana?”


Lualves

4 comentários:

  1. Não ficamos em pé... caímos sempre... quase aprendemos a andar agachados... acho que por isso, no início, Deus pensou-nos primeiro gatinhando... para que soubéssemos o que fazer quando fôssemos derrubados... ou quando nós mesmos nos jogasse no chão!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bem tudo isso, Menna! É desse cair que aprendemos o ofício de caminhar. Caminhar é preciso, ainda que haja pedras ao meio do caminho... Obrigado por estar presente por aqui. Abraços

      Excluir
  2. Então...!!!!
    Dúvidas...contradições...incertezas...!Sempre elas a nos acompanhar!
    E com elas buscamos a paz, as certezas e nossos rumos...assim, fiquemos em pé!!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Silvina,

      É viver, não é? O Poeta lamenta, grita, denuncia, sofre, ri e chora, pois faz parte de sua natureza esse espanto diante das coisas do mundo! Fiquemos em pé!! Esse é nosso ato de protesto!

      Excluir