sexta-feira, 10 de junho de 2016

Sobre o Amor

“Amor não se mede”, disse-me uma rosa
quando não havia local para o abrigo
e meus ombros estavam cansados de tantos quilos
e meus olhos chorosos de tantos ais
“Amor não se cobra”, disse-me outra flor
outrora – (e foi ali, outro dia!)
quando eu claudicava sobre as pedras do caminho
e minhas dores pareciam bem maiores que as demais
E os dias vem...
E os dias vão...
Mesmo que eu (ou você)
estejamos aqui (ou não)
Mesmo que o risco da rima seja real
Ou que as hienas pareçam dormentes, com seu riso contido,
Ou que verso anterior talvez não revele um sentido
Mas que sentido pode haver num poema que só quer falar de amor???
O Amor, eu digo
não se esquece – aquece
não se nega – entrega
não se maldiz – bem te quis
não volta atrás
– é flecha –
quando acerta, sangra sim!
riacho rubro que escorre e rompe as veias e se vai
corpo afora de mim
Ah.... Que essa massa de dores e saudades se esvaia então
e que eu seja o vinho
e que o céu me beba
e que minha alma se embriague de tudo aquilo que vivi
Aos cães lançarei o que restará de minha matéria tosca
por que a carne voltará ao pó, mas “Eu” habitarei as estrelas!
E se aos Deuses causei inveja, porque amei demais,
não lhes pedirei perdão
pois não lhes pedi para ser poeta
nem trazer dentro do peito,
um universo sentimento
neste tão vasto coração.

4 comentários:

  1. Ah, poeta.... e sê-lo, pra ti...?
    É tua cruz...? ou tua salvação....? ou pela cruz que te haverá de salvar...?
    Amor flecha...? E quando bumerangue...? Há o amor bumerangue que nos três de volta e, no descuido crava em nós, que o atiramos, fizemos-lo visitar as autoras para volver e recolher-se...?
    Qual tua poesia...?

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    1. Menna,

      Seja o que for, é bom... é preciso... pois há algum Poeta que nunca tenha amado? quanto a "minha poesia"...ah... não pertence a mim... é como o mar. Pertence a todos e a ningúem pertence...

      Obrigado por tão rico comentário,

      Abraços

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  2. A tua poesia que me pega pelo avesso, às vezes, me torce como toalha molhada e me estende na corda, deixando do lado contrário o plissado que eu mostraria do lado direito, em minha festa de estreia.

    Vê, meu Poeta Lu, os teus versos fazem comigo o mesmo que o amor vem me fazendo ao longo da vida.

    Vê, meu POETA LU, os te

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    1. Querida Ana,

      Vejo sim! Sua presença me alegra de tal maneira que me arrebata de tanta coisa boa que fico até sem ter o que dizer.

      Na ausência de palavras exatas ou metáforas dignas, apenas agradeço por você estar aqui.

      Bem... Você está certa. O amor (mais que os meus versos) nos faz avesso do avesso do avesso... Sejamos isso então! Eia! Vivamos!

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