quinta-feira, 21 de julho de 2016

Ecos

                                                                           Ecos


Água
espuma
raios


Ah...!
não fosse o mar 
insuportável seria  a culpa.


Pílulas de Deus
essa coisa aí azul que  não me faz morrer
antítese, antídoto, anti qualquer coisa que  me traga alívio


“O que habita em mim e não conheço é que mais me faz sofrer” – disse a voz da voz de dentro!


O que fazer para vencer        o inimigo que não vemos (?)
essa força que se esconde nos currículos mentais
... ais
... ais
... quantos ais ocultados
no labirinto de nós,
entre canos,
                                              
  veias, vias, vielas
             sangue, vinho e velas ao vento
             que vai levando tantas vozes
             que vai voltando tantas vezes
             uvas, vulvas, ventre de minha mãe
             de onde eu vim e  para onde  vou  quando tenho frio


Quem pode ouviver o (curto) circuito cerebral
onde a lucidez se perdeu e a certeza se partiu?
Será química ou desprezo
Mistério ou abandono?


Sou tantas possibilidades nesse plural de especulações
que mal me reconheço....


Quanta loucura haverá  num  homem em frente ao espelho????





Aprisionado em confusões  vejo que,
  de certa forma, me sustento assim

Olho  o mundo
manicômio sem paredes
e tenho medo... medo... medo... e me divido
ora alegre ora triste ora fogo ora mel
sou Deus e diabo na terra do fel
sou cera e carvão na face do sol


Aqui vou eu!
e esse efeito bipolar que me acompanha
meus sorrisos  minhas lágrimas
tudo é rio, que venha o mar!


Ei.....!
Minha culpa é meu desejo
Meu cajado, meu bastão
Mas quem há de me culpar?

Ainda continuo a ver

as ondas  e suas espumas


ao longe escuto o eco dessa inevitável  inconsciência
sussurrar dentro de mim...





Lualves. Travessia Mar Grande/ Salvador. Março/2009

9 comentários:

  1. Linda poesia!!!
    São palavras que transcendem...
    Belíssima...

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    1. Obrigado, Michele!! Que a Poesia seja ora a brisa que venha amainar nossos dias, ora o furacão que nos balance.

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  2. Que lindo, poeta!

    A culpa... o desejo...
    O medo.

    Muito bom!!

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    1. Obrigado, Sylvia. A Poesia também está no olho de quem a vê.

      Venha sempre!

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  3. Que lindo, poeta!

    A culpa... o desejo...
    O medo.

    Muito bom!!

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    1. Obrigado, Sylvia. A Poesia também está no olho de quem a vê.

      Venha sempre!

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  4. Belíssima poesia, poeta!
    Uma busca ao encontro do desconhecido... medo!
    Um grito de liberdade...
    "Oh, minha liberdade..."!

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  5. Belíssima poesia, poeta!
    Uma busca ao encontro do desconhecido... medo!
    Um grito de liberdade...
    "Oh, minha liberdade..."!

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    1. Obrigado, Norminha!!! Esse grito há de nós acompanhar, sempre. A busca é permanente.

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